Thursday, 13 February 2014

"Socorro! A minha relação está em crise!"

Todas as relações passam por fases menos boas, nada novo até aqui. Isso deve ser considerado normal, e não deve ser percepcionado como se fosse o fim do mundo. No final de contas, se a relação tiver bases sustentadas, a crise não passará disso mesmo, uma crise, e a relação persistirá crise após crise.

Antes de mais, há que analisar o modo como as crises se podem manifestar (até porque, digo eu, é bom que saibamos que estamos com um problema em mãos que temos de resolver, porque ignorar essas fases não costuma ser a melhor solução - o que pode terminar, quase inevitavelmente, em separação). Em todas as minhas relações, olhando para trás, já tive crises que se manifestaram das mais variadas formas: um maior (ou total, nos piores casos) desinteresse no parceiro (a todos os níveis que possam imaginar),  múltiplas discussõezinhas de caca diárias, por causa de tretas que não lembra ao diabo, súbito interesse noutra pessoa do sexo oposto (este aqui, se se desenvolver para traição, bem que podem apostar na separação certa, e sem nada a fazer para mudar esse triste final, porque depois da primeira traição, está o caldo entornado e, a meu ver, a relação já não pode ser salva), falta de assunto de conversa entre o casal, entre outras que não me estou agora a recordar. Tudo isto são sinais que devem ser considerados como um alerta para o casal ter uma conversa e tentar encontrar uma solução para o seu problema.

A partir do momento em que a relação foi diagnosticada com "crise aguda", penso que a única solução é reconhecer o que nos levou até aí. Geralmente é a falta de tempo para dedicar à relação e à outra pessoa, falta de tolerância, falta de amor e/ou outra pessoa que entrou na sua vida - e nestes casos, não há nada a fazer -, ou até as rotinas estarem excessivamente instaladas na vida diária do casal. O casal reconhecer os seus erros e pedir desculpa por eles (desde que de forma sentida), comprometendo-se a mudá-los (desde que os mude mesmo) é sempre um passo importante para superar os problemas.

Para isso, o casal terá de tratar da relação como se se tratasse de um bebé, acarinhá-la, alimentá-la, limpar a sujeira quando ela surge (com miminhos e um reconhecimento de que se fez asneira). Um truque que acho de génio é tentar fazer o máximo de coisas juntos, divertindo-nos no processo, como por exemplo, cozinhar juntos; ouvir uma musiquinha especial e dançá-la como casal, mesmo que seja no quarto, no metro, ou no restaurante (seja onde for, basicamente); preparar uma ou outra surpresa, como uma viagem de fim-de-semana para algum local surpresa, ou comprar bilhetes para um concerto de uma banda com significado na história dos dois; enviar mensagens atrevidas ao longo do dia para apimentar o clima; preparar um jantarzinho íntimo surpresa para a cara-metade; aparecer de surpresa no trabalho ao fim do dia com um ramo de tulipas (para a mulher) ou com uma garrafa de martini ou whiskey (para o homem). Idealmente, este tipo de atitudes devem surgir não apenas nos momentos de crise, ou no Dia de São Valentim, mas deveriam ser parte natural da relação.

Enfim, há imensas coisas que podemos fazer, se assim tivermos vontade. Acima de tudo, amando, há vontade de resolver as coisas, e se ainda por cima, houver compatibilidade e cumplicidade, penso que a relação superará tudo apenas com um penso rápido. Por vezes, estas crises são até muito benéficas, e são mesmo o que precisávamos para nos obrigar a sair da rotina e para nos obrigar a equacionar quão importante é a nossa relação na nossa vida, e o quanto estamos dispostos a fazer para salvá-la. Depois de uma situação destas, a relação fortalece e o casal cresce.

Alguém precisa de um penso rápido? :) Boa sorte!



Beijinhos,

A Menina dos Óculos

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