Tuesday 18 February 2014

Como?! Não te percebo!!

No emprego, na escola, ou em casa, um dos factores responsáveis por muitas discussões e mal-entendidos é mesmo a quebra ou falha na comunicação. Num casal, a ausência de diálogo bem sucedido e de comunicação efectiva podem ser, muitas vezes, a causa de ruptura emocional e desgaste da relação.

Vivemos na década da comunicação virtual, sempre ligados ao Facebook, ao Twitter e ao telemóvel. A maior parte dos meus conhecidos (eu e o Mr. Bubbly inclusivamente) já não vive sem o iPhone, sem o iPad, sem o iPod ou o laptop e não aguenta muito tempo sem conferir os estados dos amigos na página do mural, sendo que mais facilmente deixamos uma mensagem no mural deles, do que lhes ligamos para marcar um café durante o dias de semana. Numa cidade tão grande como Londres, é facto que durante a semana nem sempre é fácil estarmos com o nosso grupo de amigos (moramos na zona 2, em Clapham North, na zona sul de Londres) e temos alguns amigos que moram no norte, pelo que ao fim do dia, após horas no metro, não há grande vontade de nos enfiarmos de novo no metro, armados em toupeiras, para estarmos juntos. E basicamente costumamos juntar-nos ao fim-de-semana. 

O meu Mr. Bubbly, conhecido como o workaholic assumido do grupo, é o pior de todos, infelizmente. Este Sábado estávamos todos no Ice Wharf de Camden e ele estava de volta do telemóvel a falar com o D. de assuntos de trabalho, quando devia estar a conviver. Claro que todos o conhecem e sabem que é mais forte que ele, pois ele vive num ritmo fora do normal, mesmo para uma cidade como Londres.

Nas relações amorosas , porém, este tipo de falhas, se repetido continuamente, não é tão facilmente colmatado, por mais tolerância que haja. Dou por nós às vezes a tomar o pequeno-almoço e em vez de estarmos a conversar, estamos os dois agarrados ao telemóvel: ele a ver as notícias de futebol nos jornais Portugueses e eu de volta dos blogues. Claro que sabemos que isto é errado, e por isso, geralmente acabamos por ter uma conversa em que acordamos não tocar nos telemóveis à refeição ou à noite. Costumamos aguentar uns dias, mas confesso que estes acordos nunca duram muito tempo connosco.

Felizmente, no meio disto tudo, principalmente nas horas antes de ir para a cama e ao jantar conseguimos conversar e sinto que, no geral, apesar de termos muito para melhorar, não estamos num nível vergonhoso de falhanço comunicacional. Entendemo-nos à nossa maneira e conseguimos tirar o nosso tempinho para conversar todos os dias e partilhar o que nos apetecer ao final do dia. 

Há, porém, uma situação diferente que não se prende com a inexistência de diálogo (há pelo menos a tentativa), mas com a ineficiência do diálogo. Isso acontece, por exemplo, quando vivemos num ritmo alucinado e pensamos no que queremos dizer à pessoa, e na hora de o dizer, como estávamos a pensar nisso, assumimos naturalmente que já o dissemos (confundindo pensamento com verbalização). Apesar de ser algo aborrecido porque depois chegamos a um ponto da conversa em que parece que estamos a falar línguas diferentes, e ninguém se entende, este nem é o pior caso. O problema maior está quando se conversa com o companheiro e nenhum dos dois tem o tacto e bom senso para perceber qual o modo de abordar determinados assuntos e ou de dizer certas coisas, que podem ferir a sensibilidade e ser mal interpretadas. Por melhor que seja a intenção, este tipo de coisas, principalmente no início das relações, quando ainda não conhecemos a pessoa a fundo, pode complicar tudo. Este tipo de mal-entendidos pode deixar marcas se não houver um nível de tolerância de ambas as partes. De qualquer forma, com o passar do tempo é natural que este tipo de problemas se vá dissipando, à medida que o nível de cumplicidade do casal vai aumentando.

É normal que nem sempre nos apeteça estar horas a falar com o nosso companheiro, mas a verdade é que este é um hábito saudável que devemos alimentar. É comum que às vezes nos apeteça dar uma espreitadela no Facebook, quando estamos com amigos, mas isso não nos traz, efectivamente, nada de bom. Socialmente, bem como na nossa intimidade, a comunicação deve ser aprendida, incentivada, trabalhada, desenvolvida. Daí só surgirão coisas boas. 

No entanto, se for para conferirem as novidades aqui no blogue, confiram vá, mas em vez de lerem as minhas crónicas sozinhas, porque não lê-las com a amiga ou com o marido? Interesses (pessoais) à parte, até acho uma boa sugestão!

Miminho ainda do casamento! :)

Beijinhos, 

A Menina dos Óculos

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