Wednesday 26 March 2014

"Química e Física" ou "Química é Física"?



As pessoas falam imenso na química que supostamente é preciso sentir-se para se iniciar algum tipo de relação entre duas pessoas. Após ouvir tanta gente falar nessa "química", penso ter-me apercebido que há por aí muito boa gente a confundir duas matérias distintas: a Química e a Física.

Afinal que raio de coisa é essa tal de "Química"? Eu não tenho problemas em dizer que nunca me apaixonei à primeira vista. Não quero dizer que seja totalmente céptica em relação a isso, até porque o marido diz jura a pés juntos (eu cá continuo a acreditar que só o diz para me deixar contente) que se apaixonou por mim no momento em que me viu a primeira vez. Embora eu queira muito acreditar nisso, como nunca o senti, tenho dificuldade em interiorizar ou entender como é que essas coisas se passam.

Ao longo do tempo, fui-me convencendo que os homens (e algumas mulheres) costumam, isso sim, confundir as duas disciplinas, e quando dão por ela já misturaram a velocidade com os átomos, a pressão com os electrões e já tudo é sinónimo de tudo! Para esses homens, e em especial quando estão a contar os seus feitos às amigas, a meu ver, a coisa passa-se da seguinte forma: 

Homem diz: Eh pah, que eu sinto cá uma química quando estou com a Carolina!
Homem pensa:  Eh pah, que ela é mesmo toda boa! Quando é que será que podemos avançar?

Homem diz: Eu e a Carolina temos mesmo química! É inacreditável!
Homem pensa: Eu e a Carolina temos uma energia sexual fantástica! [não era bem isto, mas optei por não baixar aqui o nível]

Homem diz: Ontem à noite a nossa química atingiu níveis de explosão atómica!
Homem pensa: Ontem à noite a nossa física levou-nos a explodir atomicamente!

Claro que provavelmente quando estão com os amigos, a conversa deve ser outra, evidente. Porém, e apesar da física ser muito importante, e ser parte integrante da chamada "química", não acho que a segunda se resuma à primeira. Apesar de nunca me ter apaixonado à primeira vista, concordo que a química surge em alguns momentos e que é determinante para sabermos qual o caminho que queremos que aquela relação tome. 

No entanto, e só para deixar o meu testemunho de esposa babada que sou, por acaso, o Mr. Bubbly não tende a confundir química com física, porque no dia em que viu pela primeira vez eu estava vestida com calças de homem, T-shirt larga e sapatilhas, e ele nem me viu de pé. Por isso, acho que ainda há muitos exemplares por aí de jeito e que sabem distinguir bem uma boa química de uma física das boas. ;)


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A Menina dos Óculos

Friday 21 March 2014

A ansiedade e o chá de camomila



Tenho falado imenso com as minhas amigas acerca da realização dos nossos sonhos, dos nossos projectos pessoais, das nossas expectativas em relação ao futuro, e raios, as mulheres sonham que se fartam! Acho importante sonharmos, termos os nossos projectos pessoais e lutarmos por eles. Por vezes, o medo de falhar de que vos falei AQUI, paralisa-nos e corta-nos as pernas, corta-nos as asas. Pois a mim já não chegava o medo de falhar, não, nada disso, ainda tenho de superar toda uma carga gigantesca de ansiedade, com a qual também tenho toneladas de dificuldade em lidar.

Nos últimos tempos tenho andado a chazinho de camomila o dia inteiro (carregadinho de açúcar, que eu sou das gulosas) para ver se acalmando me abstraio da ansiedade. Lá no fundo quero crer que todos ficamos ansiosos quando estamos apostados em lutar por alguma coisa, seja um projecto profissional (ou mais, como é o caso) ou uma relação amorosa que está prestes a começar. Penso que o que piora tudo em mim é mesmo o nível de ansiedade, por vezes sinto-me uma catraia pequena com dores na barriga antes do teste de matemática.

Para além do facto de que devo fazer parte do grupo de pessoas que corre o risco diário de ter um piripeco nervoso derivado ao excesso de ansiedade que me corre nas veias e que até já se deve ter instalado nos ossos inclusivamente, penso que o segredo que muda tudo é aceitar a ansiedade e não levar aqueles pensamentos parvos que temos quando estamos a meio de uma crise (o meu dia inteiro costuma corresponder ao suposto "momento de crise", o que significa que pensamentos parvos são coisa que abunda nesta cabecinha) deve estar em como cada um lida com isso. Ultimamente tenho andado a enfiar (à força mesmo) na cabeça que aceito que tenho problemas GRAVÍSSIMOS de ansiedade e que, por isso, tenho de agir de acordo e exterminar pensamentos estúpidos mal eles comecem a surgir (o que significa exterminar pensamentos parvos a cada dois minutos).

Apesar do esforço consciente que tento fazer para lidar com a tensão da responsabilidade que sinto, e consequente ansiedade, a verdade é que acredito mesmo que isto está a funcionar. O truque é encontrar a estratégia que funciona connosco: comigo é afundar a ansiedade em chá de camomila, mal ela começa a personificar-se em pensamentos parvos. E vocês, já encontraram o vosso truque?


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Monday 17 March 2014

Medo de falhar


[este texto é dedicado a uma pessoa que neste percurso esteve presente em muitos momentos, e que  me tem tocado com as suas palavras. Ele é também o grande responsável de eu sentir que estou, hoje, a enfrentar o meu medo de falhar, e de ter força para o fazer. Obrigada, A., pela paciência, pelas palavras, pelo apoio, por me teres mostrado em momentos de insegurança, que acreditas mais em mim mais do que eu própria. É bom ter amigos assim.]


Ontem estava a ler o comentário de um amigo no Facebook acerca do facto de grande parte das pessoas ter, pelo menos, um de dois medos: o medo de ficar sozinho e o medo de frustrar as expectativas que são depositadas em si. Identifiquei-me imediatamente com o segundo e isso deixou-me a pensar que sempre me senti um pouco sozinha e perdida nesse medo, como se fosse um caso único e todos, à excepção de mim, fossem fortes e durões.

Sempre acreditei que não ia ficar sozinha. Nunca tive esse medo, confesso. Porém, o medo de falhar, o medo de enfrentar a frustração sempre me apoquentou. Nunca me habituei a falhar no meu percurso académico. A minha vida pessoal teve os seus tropeções, mas também fui positiva a maior parte do tempo. E, de repente, aos 29, apercebo-me que quando posta à prova, esse medo me paralisava.

Quando olho para trás, percebo facilmente que toda a minha vida (à excepção do momento em que vim para Londres e me atirei de cabeça, o que me está, aos poucos, a levar a direccionar a minha carreira para outras direcções) foi previsível. Fui uma aluna de 5 no Básico, e no Secundário de 18. Sempre senti que tinha facilidade para Línguas e jeito particular para História e tudo o que fosse artístico e envolvesse imaginar, usar a criatividade livremente. Também era muito boa a Matemática, mas no Secundário tive de optar e não podia seguir 3 áreas ao mesmo tempo (escolheria Economia, Humanidades e Artes). Optei por Humanidades, porque sentia que me corria nas veias a paixão pela escrita, e como essa era aquela coisa de que não saberia abdicar, achei que Humanidades me levaria a desenvolver essa aptidão de forma mais profunda.

Não me arrependo dessa opção. Trouxe-me ferramentas que hoje em dia me são muito úteis e me permitem fazer o meu trabalho no jornal. Ajudou-me também a comprovar que escrever é algo tão importante para mim como respirar ou comer. Faz parte de mim.

Na hora de escolher o curso, optei por Línguas e Literaturas e queria ter optado por três línguas, mas acabei por ter de abdicar do Alemão, pois nenhum curso, em nenhuma faculdade, oferecia a opção de "Estudos Portugueses, Ingleses e Alemães". Não me arrependo também dessa escolha, mas quando analiso o meu passado académico e as minhas escolhas, apercebo-me que tive de abdicar no meu percurso de tanto do que gostava. Fui escolhendo o caminho mais seguro, aquele que não me permitia falhar (e enfrentar o medo de falhar) e, dessa forma, acabava de certa forma a limitar, sucessivamente,  as rédeas da minha criatividade. No final do curso, optei pelo ensino, o caminho mais natural, e que sempre me ofereceu oportunidades de trabalho bem remunerado - posso dizer que fui uma privilegiada; trabalhava muito, mas não tinha razão de queixa).

Londres mudou tudo. Londres está a mudar tudo na minha vida. E agora, agradeço a Londres a clarividência que me trouxe. Londres obrigou-me a repensar a minha vida de outra forma, obrigou-me a explorar outros talentos. Obrigou-me a enfrentar uma crise pessoal na minha vida profissional e a imbuir-me da força para superá-la. Obrigou-me a enfrentar o meu medo de falhar, a reflectir sobre isto tudo e a aperceber-me que a minha carreira não tem de terminar na sala de aulas, se já não é isso que me faz feliz (pelo menos não aqui em Londres). Londres obriga-me a ter força todos os dias, a enfrentar o meu medo de falhar (e ele é grande e está sempre presente, mas cada vez com menos força), o medo que eu não tinha quando estava na minha safe zone em Portugal, a sala de aulas. Londres obriga-me a apostar nos meus projectos, naqueles que tinha medo de dizer em voz alta, porque parecia sonhar alto demais. E no meio disto tudo, o medo de falhar parece agora tão pequeno, porque a força de vontade supera tudo. No final, sei que quero dizer que tentei com todas as minhas forças e que superei o meu medo.

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Saturday 15 March 2014

Personagens de Clapham

Clapham à saída da estação de metro, num dia de neve.
Clapham é uma das zonas cool de Londres (para mim, pelo menos). Não é chique, não é uma zona típica de classe alta ou de pessoas mais idosas. Próxima do centro (zona 2), está perto de tudo e a acessibilidade em termos de transportes é algo de extraordinário. Geralmente quem se muda para Clapham são os casais jovens e os estudantes universitários, ou seja é o paraíso da classe média.

Quando nos mudámos para Clapham ficámos fascinados com tudo: as lojinhas de comércio tradicional, com todo o tipo de coisas amorosas que as mulheres adoram. Clapham tem lojas de tricot e tecidos, lojas de decoração, lojas de roupa, e todas elas têm um denominador comum: são queridas, super bem decoradas, muito apelativas para o sexo feminino.

Certo dia, estávamos sentados a almoçar no McDonald´s da zona e entrou lá um homem, vestido de mulher, com uma mini-saia curtíssima (eu própria não me atreveria a tal feito), envergando com alguma ostentação o seu peito gigantesco (as minhas meninas ficariam envergonhadas com uma possível comparação), tapado com um top minúsculo. De cabelo comprido cinzento, visivelmente pouco cuidado, e cara envelhecida pelos anos (deve ter uns 65 anos), na sua entrada triunfal, dominava o som poderoso dos seus saltos altos que ecoavam imponentemente naquele estabelecimento de fast-food.

Na altura, não sabíamos, mas ele (ou ela, sinceramente não sei como designá-lo/a) é uma das personagens de Clapham, e é raro o dia que não passo por ele/ela na Clapham High Street. Na nossa falta de habituação no convívio de pessoas mais extravagantes e corajosas (como é o caso), admito que comentámos a situação uns com os outros. Conseguíamos ouvir risinhos estridentes de algumas crianças que acharam toda a situação uma novidade, como nós, e lembro-me que na altura comentei que embora fosse natural a reacção das crianças, não gostaria que um filho nosso o fizesse, e caso o fizesse, sei que seria normal da idade, mas sentiria que era minha obrigação adverti-lo para o facto de que não é certo e que devemos respeitar as outras pessoas e as suas opções, escolhas e preferências. Pois isto foi coisa que não aconteceu naquele dia no McDonald's - os próprios pais atiravam piadas brejeiras para o ar, e eu senti-me constrangida com a falta de respeito que demonstraram.

Aos poucos, perante as constantes faltas de respeito (não dos moradores de Clapham, mas de quem visita ocasionalmente a zona) a este ser humano, comecei a gostar dele, não por ter pena, mas porque admiro a sua coragem. Não faz mal a ninguém, não importuna as pessoas, não perturba, e ignora todos os olhares e bocas indelicadas. Dia após dia passo por ele (ou ela) e fico com vontade de parar um bocadinho e falar com ele (ou ela). Gostaria de perceber porque o faz, se se sente mulher, ou se gostaria de o ser, ou se simplesmente se sente homem, mas sente-se feliz a usar roupa de mulher. Não o faço, não gostaria que pensasse que eu o/a acho uma aberração. Não acho. Admiro simplesmente a sua coragem de fazer o/a que o deixa feliz, independentemente do que todo o mundo possa pensar. Se todos fôssemos assim, o mundo seria um lugar mais alegre.

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Thursday 13 March 2014

Os pepinos


Um chocolate quente com umas bolachinhas são óptimos para acalmar dias pós-pepino! :)

No geral sou uma pessoa bem disposta. Claro que também tenho aqueles dias em que ando mais tristonha, quem não tem? No entanto, tenho a regra de não descarregar em ninguém e tentar resolver as coisas dentro de mim, e muitas vezes com a ajuda do Mr. Bubbly e dos meus amigos, que não precisam que eu diga nada para perceberem que estou a pedir-lhes o ombro de apoio, a mão para apertar, e aquelas palavras que só eles sabem dizer e que vão ter o efeito desejado em mim. O facto é que tento que essas fases não sejam prolongadas e me esforço por superá-las mantendo o mínimo de boa disposição. 

O que me tira mesmo do sério são aquelas pessoas que mais parece que têm um pepino you know where, e que, sem motivo aparente andam sempre de trombas. Este tipo de pessoas encontram-se em todo o lado, no trabalho, na rua, no café, e digo-vos que me enervam mesmo. Neste momento em termos de trabalho, nada a dizer, mas já trabalhei no passado com pessoas assim e deixem-me que vos diga que ter de enfrentar uma segunda-feira no trabalho com uma pessoa destas ao lado, é coisinha que não desejo a ninguém. 

Por um lado, são pessoas que parecem zangadas com o mundo que as rodeia, não é com X ou com Y, e nem com Z. Se estivermos atentos, o problema delas é com a vida, é com todos e não é com ninguém. Depois há dois tipos, os que geralmente falam pouco e os que falam pelos cotovelos. 

No primeiro caso, costumam ser pessoas menos seguras de si e por isso profissionalmente costumam ocupar um plano secundário. O pouco que falam mais se aparenta com um grunhido, do que com uma afirmação. Conheci um professor na escola que era assim. Podemos chamá-lo de Nélson. Por vezes, tornava-se até difícil compreender o que dizia. A parte boa é que este tipo de pepinos se caracteriza pelo facto de a pessoa não extravasar verbalmente o dark side que lhe vai na alma, então tirando a atitude de estar sempre de mal com o mundo, pelo menos o Nélson não chateava muito. A parte menos boa é mesmo a energia negativa que transmitia, principalmente numa segunda-feira na escola, onde tudo o que esperamos é encontrar um bom ambiente para começar a semana em modo relax. Porém, o Nélson e o grupo dele em geral não são nada comparados com os que vêm a seguir.

No segundo caso, trata-se de pessoas que estão numa posição profissional mais proeminente, e por isso, estão sempre prontos para atirar umas farpas, no meio do seu discurso longo de quem acha que domina todos os assuntos melhor que ninguém. Já trabalhei com uma pessoa deste segundo grupo, chamemos-lhe Zélia (sim, o nome também começava por Z e não resisti a chamá-la de Zélia), e juro-vos que era daquelas pessoas que parecia ter quase tudo. Eu, em particular não invejava a Zélia, porque era raro o dia que não incluía trombas no outftit. Ora deixa cá ver, com este vestido azul vai bem uns sapatos em verde escuro, com a minha carteira em tom nude e com estas trombas!, com certeza era assim que a Zélia combinava os seus looks. Quando chegámos ao fim do ano lectivo, não havia professores, nem alunos que a pudessem ver à frente, o que prova que o pepino da Zélia devia ser gigante!

Por isso, agora que estamos a chegar ao final da semana de trabalho, e porque queremos entrar bem no fim-de-semana, deixo-vos um conselho: 

EVITEM OS APEPINADOS E FAÇAM-SE RODEAR DE PESSOAS COM ATITUDE POSITIVA E QUE PROCUREM ACTIVAMENTE A SUA FELICIDADE, TAL COMO VOCÊS!

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A Menina dos Óculos

Wednesday 12 March 2014

Mania da Perseguição?

Sim, sim, não regulo bem. É oficial agora.
Já alguma vez vos aconteceu terem a sensação de que estão a ser seguidos? Eu, das duas uma, ou endoideci de vez (o que não é assim tão pouco provável) ou tive um tipo muito pouco discreto a seguir-me ontem. Passo a explicar, quando saía do "escritório", estava na passadeira à espera que o semáforo ficasse verde e tive a estranha sensação de que estava a ser observada. Tinha um fulano de hoody azulão mesmo colado atrás de mim. E podia jurar que ele tinha um olhar maléfico (imaginem-no como aquelas personagens malvadas das séries - foi assim que o vi), o que me deixou desconfiada logo à partida.

Entretanto, acelerei o passo para o despistar, e entrei no supermercado maior da zona, o Saynsbury's. Não é que ele já estava atrás de mim de novo, quando lá entrei? Estava eu já descansadinha a pegar a cesta de compras à entrada, e vejo-o a pegar numa também. Neste ponto, apesar das evidências, tentei ser racional: Tu 'tás é tolinha de todo! Ia agora o homem perseguir-te! Ganha juízo, isso sim! O olhar maléfico não deveria ser nada além de uns olhos tristes colocados numa cara pouco beneficiada pela beleza. Estás a ser paranóica! 

Estava eu a tentar mentalizar-me que o tipo afinal era simplesmente um tipo simpático que tinha ido às compras, quando me cruzo com ele de novo no corredor do supermercado, que é uma espécie de Continente em termos de tamanho. Bem, pensei, cruzarmos-nos uma ou duas vezes é normal. O homem também tem de beber leite... 

Porém, cruzámo-nos no corredor do leite, no dos cereais e bolachas, no da refrigeração, no dos iogurtes e manteiga, no da fruta, e em mais alguns. Aquilo já me parecia excessivo e, de repente, o olhar do homem pareceu-me novamente maquiavélico.

Eu, que nestas coisas, sou uma pessoa desconfiada por natureza e muito intuitiva, após o corredor das frutas achei melhor ir para a extremidade oposta do supermercado e pagar imediatamente. Olhei para trás umas 20 vezes para ver se avistava a camisola de cor azulão do indivíduo, mas não a estava a ver, o que ainda era pior, porque na minha cabeça é mais seguro saber onde estão os inimigos. Paguei, e vim para casa em tom apressado, certificando-me sempre que não estava a ser seguida.

Hoje que estou a escrever a história, parece-me certo que foi tudo uma coincidência, e que tenho de ver menos Criminal Minds, que aquilo está-me a mexer com a cabecinha. Se não tiver sido, safei-me de boa.

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Tuesday 11 March 2014

O direito inalienável aos saltos rasos e sapatilhas



É sabido que eu sou louca por sapatos de saltos altos. Não o nego, nem o escondo. Também é verdade que esses são aqueles que acho mais tentadores na hora de passar pela tentação e me decidir a deixar uma batelada de dinheiro na loja. Por algum motivo, custa-me menos cometer uma excentricidade daquelas jeitosas por um par de sapatos altos, do que por um de saltos rasos. Penso que será pelo facto de os primeiros nos fazerem sentir a "dona do pedaço", e convenhamos, essa sensação é fantástica e impagável. Sabe bem sentir o power que o som de uns saltos altos faz enquanto descemos uma rua, e temos a sensação que estamos no topo da hierarquia dos saltos.

Tudo isso é verdade, e qualquer apreciadora de sapatos concordará comigo. No entanto, também é verdade que há aqueles dias em que nos apetece simplesmente enfiar numa camisola larga (não tem de ser necessariamente menos stylish por ser larga, e calçar umas botas mais rasas (que também não precisam de ser menos trendy). É óbvio que com umas sapatilhas ou uns flats não nos sentimos poderosas como com saltos altos, mas também é verdade que nem sempre é essa a nossa prioridade. Há dias em que nos apetece estar confortáveis e não estamos nem aí para o resto. O facto é que podemos estar giras, sentirmo-nos bem e fashionable, com um par de sapatilhas, desde que conjugadas com algum bom gosto e um toque de irreverência.

Sou completamente contra aquela noção antiquada de que uma mulher de negócios tem de usar salto alto sempre para se fazer respeitar. Compreendo que o salto alto contribui para uma mulher se sentir  mais poderosa, mas acho que a atitude também é um factor importante a ter em conta. E uns saltos rasos usados com atitude, e conjugados com um outfit bem pensado podem impor respeito também. Concordo que umas sapatilhas poderão ser consideradas um exagero neste caso, mas dependendo do modelo de que estamos a falar (não poderiam ser sapatilhas de desporto, nunca umas NIKE, New Balance, ou Adidas, evidente) com muito jeito talvez também se arranjasse alguma solução. Acho ridículo que, no caso das mulheres, se associe um trabalho sério, corporativo, a um par de saltos altos.

Acredito que apesar do meu amor por saltos altos, devíamos criar o movimento: "Temos o direito a usar saltos rasos e sapatilhas no trabalho, seja ele qual for". Quem está comigo?

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Monday 10 March 2014

R.E.S.P.E.C.T.



As pessoas conquistam o respeito umas das outras das mais variadas formas. Porém, no passado fim-de-semana apercebi-me de duas outras formas que nunca tinha equacionado no passado e que de facto, fazem todo o sentido.

O sucesso profissional costuma ser um dos denominadores comuns das pessoas que mais frequentemente ganham a admiração dos seus pares e da sociedade em geral, o que é perfeitamente compreensível, dado que a profissão e o income resultante da mesma, se for bastante acima da considerada 'média', é sinónimo de status. E hoje em dia, dinheiro significa poder económico e poder económico, por sua vez, equivale a respeito.

Além do lado do poder económico e sucesso na carreira, acredito que os chamados "self-made" man/woman também conquistam a admiração dos que os rodeiam, pois hoje em dia não é fácil chegar  ao sucesso independentemente de cunhas, de referências, de conhecimentos da família. Construir um caminho de sucesso e que nos faça felizes (independentemente do salário ao fim do mês) através do nosso talento natural, do nosso esforço, dedicação e sacrifícios é algo digno de suscitar o respeito de outros que, da mesma forma, ambicionam construir o seu caminho passo a passo.

Por outro lado, também há quem ganhe o respeito da sociedade pelo seu empenho em causas humanitárias, pelo seu trabalho de voluntariado, pelo seu lado mais altruísta, e que não se vê com tanta frequência. Estas pessoas têm, sem sombra de dúvidas,  de ser valorizadas pela sua generosidade, pela sua humildade, pelo seu trabalho. E a sociedade acaba por reconhecer (se calhar não o suficiente) estas pessoas e estas acabam por ser o depositório da confiança e respeito dos que as rodeiam.

As mulheres que geralmente conseguem ter uma vida profissional activa e de sucesso, bem como despender de tempo para manter uma vida familiar (que normalmente inclui ter marido e/ou filhos) saudável, acabam também por ser alvo do reconhecimento do seu esforço e sacrifício por parte daquelas que, como elas batalham diariamente para estar naquele nível de "quase-perfeição" em todas as áreas da sua vida. Apesar da mulher ser geralmente tida como mazinha e maledicente, gosto de acreditar que no fundo reconhece o valor das que, tal como ela, sofrem para manter o sucesso na sua carreira, conservando a sua felicidade familiar.

Porém, e embora haja ainda muitas outras formas de se conquistar o respeito dos outros, este fim-de-semana, na nossa saída de sábado à noite fomos para Camden Town, um dos locais mais alternativos de Londres para as saídas nocturnas, mas também um dos mais divertidos. Apercebi-me lá, que as mulheres conquistam o respeito umas das outras pela audácia e bom-gosto (qualidades que são, no caso, indissociáveis) do que vestem. O facto é que, ao passar por uma mulher no cume do seu salto alto (ou até flat ankle boots), que não recorre ao vestido preto justo básico ou aos típicos acessórios já mais que batidos, senti-me conquistada - conquistada pela atitude, conquistada pelo facto de me identificar com o que considerei bom gosto. É evidente que pessoas com gostos e interesses idênticos conquistam o respeito umas das outras, mas neste caso, tratando-se de algo habitualmente considerado superficial, como é a roupa, mas que acaba por dizer tanto da confiança e personalidade de uma mulher. E sim, como mulher, já senti que algumas mulheres ganhassem a minha admiração pela statement que fazem diariamente pelo modo como se vestem.

No Domingo, após a saída de Sábado, decidimos fazer um piquenique entre amigos no Regent's Park. Estava um dia lindo, radiante de luz e o sol estava convidativo. Os homens do grupo decidiram oferecer-se para jogar um jogo de futebol com uns Ingleses que já lá estavam. O que me apercebi é que dentro de um jogo de futebol, e entre homens, aqueles que fazem mais show acabam por ganhar o respeito dos restantes. É quase como ser o Rei dos Relvados, mas o facto é que os homens que dominam dentro do campo, fora dele acabam por ser vistos com olhos de admiração por parte dos outros. Claro que isso faria do Cristiano Ronaldo o homem mais admirado do mundo, e supostamente não é assim que acontece. Contudo, por mais que haja quem diga mal dele, e o acuse de ser arrogante e convencido (eu limito-me a ter orgulho nele e no trabalho que desenvolve, em vez de perder tempo a dizer mal de alguém que tão bem representa o nosso país), ninguém pode negar que ele chegou onde chegou porque suou (e muito) a sua camisola. Ele não se limitou a deitar à sombra da bananeira e a saborear os frutos do seu talento. Por mais más línguas que haja, ele conquistou o respeito de todos (mesmo dos que dizem mal dele) dentro do campo, e contra factos, não há argumentos.

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Saturday 8 March 2014

A vingança, afinal serve-se, ou não?



Ontem, apesar de ter tido um dia infernal de trabalho, ao final do dia lá fui assistir ao jogo de futebol da equipa de Sub-12 que o Mr. Bubbly treina. Estavam a jogar para as meias finais da taça e acabaram por ir a pénaltis depois de um empate a dois golos. Passaram à final. Após os festejos, eu e o maridão vínhamos para casa, com ele super excitado com a vitória ainda, a falar do passe do X e do corte do Y, que eles têm imensa garra e não sei que mais.

Porém, a dado momento, lembra-se, e fala-me dos Sub-9 que ele começou recentemente a treinar às 3as, e que, segundo ele, tem jogadores muito talentosos, mas que tinha perdido o jogo nesse dia, com ele a orientá-los. Pelos vistos, o talento dos jogadores e o talento do outro treinador (a equipa treina com dois treinadores diferentes, dependendo do dia) não são directamente proporcionais. O W, o tal treinador, aparentemente pegou numa equipa com imenso potencial e transformou-a num aglomerado de jogadores com talento, mas que não constituem uma equipa. Bem, foi ver o Mr. Bubbly a espernear de raiva o caminho todo para casa, porque nestas idades os miúdos já têm uma tendência natural para serem egocêntricos, porque estas idades são fundamentais, porque o papel do treinador é começar a introduzir noções tácticas nos treinos para eles irem perdendo esse egocentrismo natural e jogarem para a equipa, porque esse tipo é um irresponsável, porque se fosse eu a mandar sozinho, ele já estava no olho da rua, e por aí fora. O homem estava que não podia!

Entretanto, sai-se com ar vitorioso com esta: Mas deixa estar, que ele vai ver... no outro dia enviei-lhe uma mensagem a perguntar se ele podia substituir o Tom no treino, e ele nem sequer me respondeu. Hoje ele mandou-me mensagem a dizer que não podia orientar o jogo deles, mas que amanhã ia ao treino, e eu, de vingança, não lhe respondi.

Estão a ver a minha cara, não estão? O resto da conversa que se seguiu:

Eu - Tens noção que isso não é vingança nenhuma, não tens? 
Ele - Claro que é! Eu mandei mensagem a perguntar se ele podia fazer uma troca, e ele não respondeu. Ele mandou-me mensagem a dizer que ia amanhã, e eu não lhe respondi. Foi uma vingança na mesma moeda.
Eu - Tens noção que não havia nada para responder em relação à mensagem do W?
Ele - Pois, mas eu não respondi à mensagem, e isso é a vingança.
Eu - Só é vingança se ele se aperceber que estás a ser parvo com ele de propósito. E se fosse comigo e alguém não me respondesse a uma mensagem em que não faço nenhuma pergunta, não acharia estranho; achava normal, logo a vingança deixava de ter efeito.
Ele - Pois, não tinha pensado nisso, bolas. 
(...) (...) (...)
Ele - Olha, mas já sei, como não lhe respondi, se ele aparecer, não lhe pago essas horas, e depois digo-lhe que não precisávamos dele. Afinal, ele só deve aparecer se o clube precisar dele. Aparentemente, o clube amanhã não vai precisar dele.


E com esta calou-me. E assim se serve uma vingança.

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Thursday 6 March 2014

As técnicas de engate e eu #1



Todas as mulheres já foram abordadas pelo outro sexo em vãs tentativas de engate. Não deve haver uma, nem mesmo a mais insegura, que não tenha sido. E a verdade é que as tentativas de engate cada vez mais se assumem por toda uma diversidade rica de técnicas que podem, ou não, produzir o efeito desejado. Embora também haja as tentativas de engate do sexo feminino em relação ao sexo masculino (principalmente cá por Londres) ou até as do mesmo sexo, hoje apetece-me brincar um bocadinho com os machos hetero, por isso vou ignorar todas as outras e focar-me em 3 modos de acção desse macho quando observa a presa e se prepara para atacá-la.

Tentativa de engate n.º 1
"Ajudas-me aqui a preencher este formulário?"
Este foi o 1º golpe do Mr. Bubbly comigo, daí que venha em primeiro lugar. Os nossos amigos que sabem da história ainda hoje brincam com ele por causa disso, pelo que me é especial. E bem, antes que pensem que surtiu efeito, lamento desiludi-los, não surtiu, mas fez-me rir, foi engraçado, pelo que também não o fez perder pontos - nada mal! Esta tentativa pode ser utilizada quando já se esteve com a pessoa uma vez pelo menos (basta que seja após o dia em que foram apresentados, por exemplo) e com colegas de trabalho, no local de trabalho (senão, arranjar um pretexto para preencherem um formulário na 1ª saída a dois às 11 da noite vai soar estranho). Basicamente o homem vai estar aflito com um formulário e vai pedir ajuda à miúda gira e simpática lá do escritório para o ajudar a preenchê-lo. Nessa altura, pode inclinar-se para ela, ficar bem pertinho, sentar-se na mesa e tentar fazer eye contact, ser fofinho, e no final, como forma de agradecimento, pode convidá-la para um chá (isso de convidar para um café já não se usa muito, digo eu, acho convidar para um chá muito mais sofisticado). 
NOTA INDISCRETA: Não façam como o Mr. Bubbly e certifiquem-se que o formulário é complicado de preencher, porque no caso, o dele continha campos difíceis como: Nome, Data, Agrupamento de Escolas, Hora, Total de Horas, Escola e Assinatura. A primeira coisa que me passou pela cabeça foi: Ou este tipo é muito burro, ou já está apanhadinho por mim! No entanto, confesso que achei graça à situação toda, e ao esforço que ele estava a fazer para me chamar a atenção, embora tenha tido de disfarçar o constrangimento de lhe estar a explicar coisas como: Ora onde diz 'nome', colocas o teu nome; onde diz 'Agrupamento', escreves o nome do Agrupamento de Escolas onde estás a trabalhar; onde diz 'Data', escreves a data,... O facto é que mesmo com um formulário fácil, eu estou aqui e com ele, certo? Por isso, what the hell, se não houver mais nada, usem qualquer formulário mesmo.

Tentativa de engate n.º 2
Vou deixar-te essa caixa de mensagens tão cheia, mas tão cheia, 
que mesmo que não queiras, vais acabar por sair comigo
só para conseguires desbloquear o telemóvel!
Esta técnica nos meus tempos de solteira era estranhamente muito habitual, e de acordo com o que vejo com as minhas amigas (ainda) solteiras, continua muito em voga. E não é que às vezes funciona? Esta é basiquinha mesmo, consiste em tentar persuadir uma mulher a sair consigo pela insistência desmesurada e por potencialmente bloquear o telemóvel da moça com tamanha quantidade de mensagens escritas e voicemails, e emails, e mensagens no Facebook, dicas no Instagram, (ou apenas 2 destas técnicas) etc. Pode haver algumas miúdas que se assustem um bocadinho (esta técnica assemelha-se um bocadinho ao stalking), mas chega ali um momento que algumas acabam por ceder. Afinal, não se pode dizer que o homem não lhe esteja a dar atenção, o que já é mais do que algumas mulheres com relações longas se possam gabar. Em conclusão: isto ou corre muito bem, ou corre muito mal e a moça aparece-lhe à frente com uma restraining order (= ordem de restrição por perseguição) - das duas, uma.
NOTA INDISCRETA: O Mr. Bubbly também usou esta, e lá se safou com um jantar depois de 11h non-stop a insistir para jantarmos. 11h depois achei que era melhor ele parar com a brincadeira das 20 mensagens de 10 em 10 minutos, porque o telemóvel estava sempre a bloquear e já não recebia mensagens de mais ninguém, porque a caixa estava sempre cheia.

Tentativa de engate n.º 3 
Vou ser tão fofinho como um puto da primária
Esta técnica chegou até mim recentemente. Como já vos disse inúmeras vezes, costumo ir escrever para o Starbucks de Clapham, que segundo parece, é o local de engate preferido do pessoal aqui da zona. Eu achava que era só um local com boa música e inspirador (por algum motivo, talvez por superstição até, acredito piamente que muita da minha inspiração resulta do facto de estar a escrever lá; já se tornou tipo amuleto da sorte; se um dia for famosa, vou ter de agradecer aos funcionários do Starbucks de Clapham por serem uns amores comigo), mas pelos vistos não. Homens de toda a Londres vêm para este Starbucks em específico para exercer as suas técnicas de engate. No outro dia, fui abordada de uma forma que achei super querida, embora claro, me pareça que os homens cá não percebem que uma aliança no dedo anelar da mão esquerda significa que a sua presa é casada, pelo que evidentemente, o macho não iria ter nunca sorte nenhuma. No entanto, é de admirar a sua criatividade e esforço. Então, por coincidência, sentei-me ao lado dele (era o único lugar vago perto da tomada naquela mesa) e coloquei o meu muffin e o meu frappuccino na mesa, e ele começou logo a falar, a dizer que estava de dieta e que aquele muffin o estava a fazer salivar (agora que penso, isto em Português não soa muito querido, e parece mais uma metáfora sendo que, nessa linha de pensamento, eu e o muffin seríamos uma, e a mesma coisa - Blhac!). Respondi-lhe brevemente, e voltei ao trabalho, estava a meio de uma crónica para este blogue curiosamente. Adiante, ele não tarda e volta para o seu computador. Dali a uma hora talvez, pousa um papel dobrado a meio, com a caneta em cima na mesa, entre nós os dois, e diz-me, Já viste o que estava aqui na mesa quando cheguei? Eu, que estava meio burra com aquela situação, não estava a perceber nada, só acenei com ar de espanto e fiz um grunhido parecido com Uh uh! Ele, vendo que eu estava bloqueada, sugere Não queres ver o que está lá dentro?, ao que eu abro o tal papel e me deparo com uma situação familiar da minha infância/adolescência. Lá dentro dizia qualquer coisa do género:

Desde que entraste na porta do Starbucks que te achei maravilhosa e, por isso, tenho duas perguntas para te fazer. Assinala a opção correcta.

1. És...
a) comprometida ____
b) solteira ____

2. O que dirias se te convidasse para comer um cupcake?
a) Sim ____
b) Não ____

Achei super querido, embora se calhar ele fizesse isso a tudo quanto usasse saia. Já me tinham feito algo parecido - o meu Mr. Bubbly antes de termos começado a namorar, usou a técnica do papel também, mas nessa altura já nós éramos amigos -, mas nunca um estranho assim do nada. Assinalei que sou comprometida e nem respondi à segunda pergunta. Mostrei-lhe a aliança de casada, e disse-lhe que achei a abordagem super original e que me fez rir, disse-lhe para experimentar com outra miúda, e ele acabou por me fazer perguntas sobre o marido. Era um tipo simpático. Espero que tenha sorte e encontre a tal miúda para comprar um cupcake. Quando contei ao marido, ele partiu-se a rir e disse qualquer coisa com ar forçosamente sério, mas a querer rir-se: Vou ter de ir ao Starbucks partir a cara a esses gajos? 

(to be continued)
Mais técnicas de engate no próximo "As técnicas de engate e eu".



E acompanhem também o meu website de moda espectacular,

Já viram ESTE post? E então ESTE?! :)

Obrigada por lerem e acompanharem!

Beijinhos,

A Menina dos Óculos


Wednesday 5 March 2014

Eu e a moda


Há mulheres que não ligam muito a roupa, que o consideram uma futilidade e que acreditam que investir muito dinheiro em roupa e acessórios não é investir de facto, mas é desperdiçar. Desde pequenina que me habituei, tanto por ver a minha mãe e avó a arranjar-se com algum cuidado, como por ter uma madrinha que era modista, a viver entre tecidos, agulhas e dedais, carteiras, tesouras de alfaiate.

Agora acredito que isso ajudou a desenvolver em mim o bichinho pela moda. Isso, e o facto de a minha mãe gostar sempre de me arranjar como se fosse uma boneca. O facto é que uso carteiras desde os 2 anos e desde cedo aprendi que uma senhora deve ter no mínimo três: uma shopper, uma carteira de porte médio e uma clutch. E eu já as tinha quando era pequena, imaginem agora!

Também foi a minha mãe que me ensinou a andar em saltos altos, e hoje continua a dizer: "Uma mulher tem de saber usar os seus saltos; se não sabe e quer usá-los tem de aprender a fazê-lo." Do ponto de vista dela, mulher que use saltos e não saiba andar neles, não pode fazê-lo, porque "fica muito feio". E o facto é que tenho de concordar que aquelas mulheres que andam em cima dos seus saltos e que quando pousam o pé no chão, estão com o joelho dobrado, não saem da imagem lá muito favorecidas. Isto não é coisa de mulher maledicente, pois nem sou de criticar as escolhas sartoriais das pessoas mais extravagantes (às vezes as escolhas aborrecidas é que me tiram mais do sério), que o próprio Mr. Bubbly é o primeiro a comentar quando vê uma e acrescenta em jeito de conselho que: "um salto mais baixo só a favorecia!" Quer isto dizer que comecei cedo na minha escalada pelos saltos, com a minha mãe na supervisão a incentivar-me constantemente a usá-los e a orientar-me nos aumentos graduais da altura do salto.

Quanto à roupa em si, bem, o facto é que eu gosto de moda, sim, mas o que adoro é mesmo a roupa, os acessórios, assim, nus e crus. Gosto dos tecidos, gosto dos materiais, gosto das combinações, gosto dos cortes diferentes, gosto do modo como a roupa transforma os nossos corpos. Acho fantástico que com um determinado tipo de roupa me sinta de certa forma, e com outro me sinta de outra completamente oposta. É por isso que digo que me visto de acordo com o meu mood, mas que a roupa também o influencia, ou seja a roupa e o modo como me sinto muitas vezes relacionam-se reciprocamente. E acredito que seja assim com mais pessoas.

Outro aspecto que adoro na roupa é que me permite ser brincalhona, e infantil às vezes. Adoro o facto de poder brincar com padrões (o meu jogo preferido) e com texturas, misturar tudo, e no fim ver o que dá. É quase como misturar uma série de ingredientes pouco prováveis, levar ao forno e ver qual o bolo que saiu de lá. É um exercício de criatividade, experiência estética e de bom gosto que aprecio, ainda que por vezes só eu é que lá veja o bom gosto, claro está. Mesmo assim, enquanto que para algumas pessoas escolher a roupa do dia pode ser um exercício rotineiro, para mim não o é. Um exemplo disso é que tenho a mania de evitar repetir conjuntos, isto é, repito as peças, mas não as combino da mesma forma, lá está, porque estou a exercer a minha criatividade, e tal como um artista (ai que sou tão modesta), que não faz a mesma pintura duas vezes, também eu não aprecio conjugar o mesmo outfit duas vezes. Não digo que não o tenha feito, mas se o fiz, já me tinha esquecido que estava a repeti-lo.

Basicamente, sei que levo com o rótulo de consumista e superficial muitas vezes, devido a este amor que nasceu comigo, foi alimentado pelas pessoas mais importantes da minha vida, e agora é sustentado por mim, mas honestamente não me importo muito com isso. É o meu vício (até agora ainda nem me fez mal à saúde), é a minha paixão, e faz-me feliz. Mesmo que nem todos percebam isso. Faz-me feliz.

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Beijinhos,

A Menina dos Óculos

Monday 3 March 2014

A mulher do Starbucks

Hoje cheguei aqui ao escritório (para quem é desnaturado, não lê as minhas crónicas todinhas, pelo que não sabe a que me refiro, escritório é para mim sinónimo do Starbucks de Clapham) e, visto que não tinha decidido ainda o tema da crónica, optei por parar e observar enquanto o cursor do blogger piscava ansioso para descobrir o que seria o tema de hoje.

Decidi-me por falar das mulheres que comigo partilham habitualmente o Starbucks. Algumas, como eu, já são habitués aqui do sítio. Ora então, como sou uma egocêntrica incorrigível, comecemos pelo meu grupo. Há as que como eu, trazem o portátil e escrevem sem parar, como se disso dependesse a sua vida. Somos poucas, curiosamente. Aliás, deixem-me cá espreitar quantas estamos hoje. Pois. Hoje sou só eu. Acho que fazemos todas parte do mesmo grupo - o Grupo das Bloggers. Geralmente distinguimo-nos porque nos vestimos de forma um bocadinho diferente - se hoje me vissem acho que me denunciavam à polícia da moda ou coisa que o valha. Com padrões e cores que supostamente não foram conjugadas para combinar na verdadeira acepção da palavra, de sapatos sempre um pouco mais exuberantes que a norma, somos facilmente detectáveis por cá. Depois há o nosso fundo da secretária do laptop, que corresponde invariavelmente a uma imagem de moda que atrai todos os olhares do café. Um dia destes coloco uma imagem de um tipo nu, só para ver as reacções. Acho que era de fazer isso, e filmar os olhares atrás de mim. Ia valer a pena, não era?

Depois, temos as que se sentam sempre nas poltronas perto da janela, acompanhadas de um livro, e ficam uma, duas, três horas de volta dele, alimentando-se simplesmente do seu conteúdo, enquanto eu mordo o meu classic blueberry muffin (só para daqui a uns tempos quando colocar nova foto no Facebook perceberem porque parece que engordei uns 6 kg 8 kg); sugando cada palavra do seu Charles Dickens, enquanto eu sugo cada gota do meu frappuccino  de garrafa; parando de vez em quando para olhar para a janela, enquanto eu paro para afinfar mais um naco de muffin. Este é o "Grupo das Devoradoras Românticas de Livros". Têm o hábito de vir para cá vestidas de forma muito confortável - estou para ver o dia em que vão trazer um cobertor para tapar as perninhas. Já vi alguns homens a sentar-se na poltrona da frente para tentar meter conversa com elas e tentar que elas dirijam o seu apetite voraz para outra coisa que não os livros. Porém, elas ou fingem não perceber, ou simplesmente não percebem mesmo os esforços deles para lhes chamar a atenção. Coitados, dá dó... Às vezes, também eu venho para aqui ler os meus livros, e é particularmente bom quando está a chover. Há uma poltrona em particular que faz as minhas delícias, a mais afastada da porta, e voltada de costas para toda a gente. 

Há depois as que vêm ao Starbucks a correr, o "Grupo das Cheias de Pressa", que entram, vão para a fila e olham o relógio de dois em dois minutos, enquanto estão agarradas ao iPhone a escrever, com ar de quem anda muito ocupado e já está atrasado. Costumam ter um ar muito arranjado, com o cabelo habitualmente apanhado, dentro das suas saias pencil, com as suas camisas muito aprumadas e blazer bem passado. Após serem atendidas, pegam o seu caffè latte, e abandonam o café, num passo apressado. Não há muito mais a dizer acerca delas, porque elas não param cá muito tempo. E os homens não chegam sequer a fazer eye contact, porque elas não lhes passam cartão nenhum e preferem o telemóvel.

Um grupo que hoje também está aqui (e não é muito habitual) é o "Grupo das Agarradas à Pág. de Classificados". Não sei que raios tanto elas vêem nos classificados do jornal, devem estar à procura de emprego provavelmente. Folheiam o jornal cheias de vontade e motivação e riscam, desenham balões, escrevem apontamentos, sempre de olhos apontados para o jornal. Se aquilo forem tudo empregos, e elas concorrerem a todos, vão chover oportunidades (ou não), mas admiro-lhes a força de vontade. Os homens por algum motivo optam por ignorar este grupo, não entendo bem porquê. Talvez seja porque elas têm um ar meio desesperado, agarradas ao jornal, e isso não seja muito convidativo aos olhos deles - imaginem se elas também os agarram daquela forma e nunca mais os largam? - digo eu. Além disso, são geralmente as mais discretas, sempre na delas, vestidas nas suas calças de ganga e camisola de malha num tom muito pouco apelativo. De vez em quando apanho uma ou outra a olhar para o tipo giro da mesa ao lado, mas é sempre de soslaio, e o tipo giro nunca repara.

Hoje curiosamente, isto aqui está fraco de mulheres. É mesmo só homens. Mas lá que isto é um habitat interessante de espécies variadas, lá isso é! :) 

E vocês, fariam parte de que grupo, se estivessem aqui?




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Beijinhos,

A Menina dos Óculos