Wednesday 12 February 2014

Bora juntar os trapinhos?

Sou daquelas pessoas que já tiveram opiniões muito diferentes acerca deste assunto. Hoje, enquanto almoçava, falava com uma amiga acerca deste assunto e pareceu-me o tema acertado para vos trazer hoje.

De facto, tomar a decisão de juntar os trapos e ir morar juntos pode trazer muitas complicações numa relação. De repente tudo muda. E geralmente, também é nesta fase que o número de discussões agrava, se não houver tolerância e bom senso de parte a parte. Para alguns casais, esta decisão é muito bem pensada e envolve todo um planeamento ao pormenor. Lembro-me que comigo e o Mr. Bubbly, aconteceu tudo ao contrário (como tudo o resto, aliás, na nossa relação) - não houve cá meses a planear coisa alguma, simplesmente tiramos bilhetes um dia para nos mudarmos para Londres e não equacionamos se ia correr bem ou mal, limitamo-nos a correr o risco e  confiar que no final ia correr bem (e correu), porque nos amávamos muito. Tudo isto aconteceu quando apenas namorávamos há um ano e três meses. Evidente que esta história parece uma loucura, mas a verdade é que não poderia ter corrido melhor. E isto leva-me a concluir o primeiro ponto: não há regra que determine o momento específico em que um casal está pronto para assumir uma decisão desta dimensão. O momento somos nós que o fazemos, não apenas porque amamos muito o namorado, mas porque temos maturidade e estamos numa relação madura para dar um passo destes.

Todos devemos conhecer casais que terminaram relações de anos após terem ido morar juntos. E isso não acontece, a meu ver, porque os casais deveriam ter casado primeiro, mas porque provavelmente não era o momento certo em termos de maturidade do casal e da relação em si, ou porque, simplesmente o casal não era compatível. Temos de concordar que ter de levar com uma pessoa a toda a hora, e com os seus defeitos em acréscimo, nem sempre é fácil. Exige paciência, tolerância, capacidade de adaptação e muito amooooooor! Sem esses factores, a probabilidade de não correr bem é grande, meus caros, muito grande.

No meu caso, morar com o Mr. Bubbly correspondeu mais a ter de levar com a roupa espalhada pela casa, com os sapatos fora da sapateira, com as mochilas, bolas de futebol e chuteiras distribuídas carinhosamente pelo marido pelas diferentes divisões da casa (dou por mim a pensar se ele não faz isso para me obrigar a jogar a uma espécie de Caça ao Tesouro pela casa toda). Confesso que me tira do sério. Confesso que me apetece partir tudo às vezes. Afinal, não entendo muito bem porque é que ele pousa os sapatos ao pé da sapateira e não nela. Não percebo porque deixa a bola à entrada da casa de banho, o casaco na cozinha e a mochila no sofá. Tenho dificuldade, mas admito que com o passar do tempo ele tem vindo a entender a importância que dou a ter a casa minimamente arrumada, e tem vindo a fazer esforços consecutivos no sentido de melhorar este tipo de comportamentos.

Para quem não tem tido muita sorte neste campo, partilho convosco a técnica de uma amiga minha, que vos apresentei aqui, e tinha o mesmo problema. Ela foi mais esperta e usou de uma artimanha para fazer o marido perceber-se que não podia deixar as coisas espalhadas pela casa. E o facto é com ela resultou. Experimentem: sempre que ela via um casaco do marido pendurado fora do seu local devido, atirava-o discretamente para o chão, sem que ele se apercebesse. Se fossem umas calças na cadeira ou uma camisa no sofá, fazia o mesmo, atirava tudo para o chão. O marido não entendia o que se passava, e não suspeitou de nada (tadinho do Bamby, a verdade é que ele é um amor) e começou a queixar-se, como se a culpa fosse dele: Não entendo o que se passa, eu penduro a roupa e ela aparece-me sempre no chão!, ao que a minha amiga respondia: Se a colocasses no cesto da roupa suja, não caía ao chão e sempre se sujava menos! O facto, meus caros, é que tem vindo a resultar. Experimentem.

Uma outra questão que muitas pessoas levantam e que também eu, quando era mais nova, levantava, era se não era melhor casar primeiro e só depois juntar os trapinhos. Sinceramente, ter casado em termos da nossa relação não mudou nada. Porém, eu sou católica e sempre quis que a minha relação fosse abençoada aos olhos de Deus. Foi isso que mudou, apenas. No que diz respeito à nossa ligação, à nossa forma de viver a relação, ao amor que nos une, à nossa paciência um com o outro, não sinto (e sei que falo pelos dois) que nada se tenha alterado. Como é óbvio, cada caso é um caso, mas se houver amor (amor à séria, digno de um filme), acredito que Deus abençoe de qualquer forma. Para quem não é católico, essa questão nem sequer se põe. No entanto, posso dizer também que o meu casamento pelo civil não mudou absolutamente nada (há quase quase dois aninhos) para o que tínhamos antes. Foi apenas o "colocar de tudo no papel" que mudou.

Por isso tudo, se acharem que está na hora, e que a vossa relação está no ponto e estão prontos para dar esse passo, porque não? Independentemente de serem apenas namorados, estarem a considerar casar por civil ou pela igreja, o mais importante é serem compatíveis e amarem-se. Por vezes, é isso que está a faltar a uma relação. E, se não for para dar certo, sejamos sinceros, quanto mais cedo descobrirmos, melhor. Afinal, adiar a nossa felicidade nunca é boa opção.

Sejam felizes e juntem os trapos!



Beijinhos,

A Menina dos óculos

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