As pessoas conquistam o respeito umas das outras das mais variadas formas. Porém, no passado fim-de-semana apercebi-me de duas outras formas que nunca tinha equacionado no passado e que de facto, fazem todo o sentido.
O sucesso profissional costuma ser um dos denominadores comuns das pessoas que mais frequentemente ganham a admiração dos seus pares e da sociedade em geral, o que é perfeitamente compreensível, dado que a profissão e o income resultante da mesma, se for bastante acima da considerada 'média', é sinónimo de status. E hoje em dia, dinheiro significa poder económico e poder económico, por sua vez, equivale a respeito.
Além do lado do poder económico e sucesso na carreira, acredito que os chamados "self-made" man/woman também conquistam a admiração dos que os rodeiam, pois hoje em dia não é fácil chegar ao sucesso independentemente de cunhas, de referências, de conhecimentos da família. Construir um caminho de sucesso e que nos faça felizes (independentemente do salário ao fim do mês) através do nosso talento natural, do nosso esforço, dedicação e sacrifícios é algo digno de suscitar o respeito de outros que, da mesma forma, ambicionam construir o seu caminho passo a passo.
Por outro lado, também há quem ganhe o respeito da sociedade pelo seu empenho em causas humanitárias, pelo seu trabalho de voluntariado, pelo seu lado mais altruísta, e que não se vê com tanta frequência. Estas pessoas têm, sem sombra de dúvidas, de ser valorizadas pela sua generosidade, pela sua humildade, pelo seu trabalho. E a sociedade acaba por reconhecer (se calhar não o suficiente) estas pessoas e estas acabam por ser o depositório da confiança e respeito dos que as rodeiam.
As mulheres que geralmente conseguem ter uma vida profissional activa e de sucesso, bem como despender de tempo para manter uma vida familiar (que normalmente inclui ter marido e/ou filhos) saudável, acabam também por ser alvo do reconhecimento do seu esforço e sacrifício por parte daquelas que, como elas batalham diariamente para estar naquele nível de "quase-perfeição" em todas as áreas da sua vida. Apesar da mulher ser geralmente tida como mazinha e maledicente, gosto de acreditar que no fundo reconhece o valor das que, tal como ela, sofrem para manter o sucesso na sua carreira, conservando a sua felicidade familiar.
Porém, e embora haja ainda muitas outras formas de se conquistar o respeito dos outros, este fim-de-semana, na nossa saída de sábado à noite fomos para Camden Town, um dos locais mais alternativos de Londres para as saídas nocturnas, mas também um dos mais divertidos. Apercebi-me lá, que as mulheres conquistam o respeito umas das outras pela audácia e bom-gosto (qualidades que são, no caso, indissociáveis) do que vestem. O facto é que, ao passar por uma mulher no cume do seu salto alto (ou até flat ankle boots), que não recorre ao vestido preto justo básico ou aos típicos acessórios já mais que batidos, senti-me conquistada - conquistada pela atitude, conquistada pelo facto de me identificar com o que considerei bom gosto. É evidente que pessoas com gostos e interesses idênticos conquistam o respeito umas das outras, mas neste caso, tratando-se de algo habitualmente considerado superficial, como é a roupa, mas que acaba por dizer tanto da confiança e personalidade de uma mulher. E sim, como mulher, já senti que algumas mulheres ganhassem a minha admiração pela statement que fazem diariamente pelo modo como se vestem.
No Domingo, após a saída de Sábado, decidimos fazer um piquenique entre amigos no Regent's Park. Estava um dia lindo, radiante de luz e o sol estava convidativo. Os homens do grupo decidiram oferecer-se para jogar um jogo de futebol com uns Ingleses que já lá estavam. O que me apercebi é que dentro de um jogo de futebol, e entre homens, aqueles que fazem mais show acabam por ganhar o respeito dos restantes. É quase como ser o Rei dos Relvados, mas o facto é que os homens que dominam dentro do campo, fora dele acabam por ser vistos com olhos de admiração por parte dos outros. Claro que isso faria do Cristiano Ronaldo o homem mais admirado do mundo, e supostamente não é assim que acontece. Contudo, por mais que haja quem diga mal dele, e o acuse de ser arrogante e convencido (eu limito-me a ter orgulho nele e no trabalho que desenvolve, em vez de perder tempo a dizer mal de alguém que tão bem representa o nosso país), ninguém pode negar que ele chegou onde chegou porque suou (e muito) a sua camisola. Ele não se limitou a deitar à sombra da bananeira e a saborear os frutos do seu talento. Por mais más línguas que haja, ele conquistou o respeito de todos (mesmo dos que dizem mal dele) dentro do campo, e contra factos, não há argumentos.
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A Menina dos Óculos
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