Monday 17 March 2014

Medo de falhar


[este texto é dedicado a uma pessoa que neste percurso esteve presente em muitos momentos, e que  me tem tocado com as suas palavras. Ele é também o grande responsável de eu sentir que estou, hoje, a enfrentar o meu medo de falhar, e de ter força para o fazer. Obrigada, A., pela paciência, pelas palavras, pelo apoio, por me teres mostrado em momentos de insegurança, que acreditas mais em mim mais do que eu própria. É bom ter amigos assim.]


Ontem estava a ler o comentário de um amigo no Facebook acerca do facto de grande parte das pessoas ter, pelo menos, um de dois medos: o medo de ficar sozinho e o medo de frustrar as expectativas que são depositadas em si. Identifiquei-me imediatamente com o segundo e isso deixou-me a pensar que sempre me senti um pouco sozinha e perdida nesse medo, como se fosse um caso único e todos, à excepção de mim, fossem fortes e durões.

Sempre acreditei que não ia ficar sozinha. Nunca tive esse medo, confesso. Porém, o medo de falhar, o medo de enfrentar a frustração sempre me apoquentou. Nunca me habituei a falhar no meu percurso académico. A minha vida pessoal teve os seus tropeções, mas também fui positiva a maior parte do tempo. E, de repente, aos 29, apercebo-me que quando posta à prova, esse medo me paralisava.

Quando olho para trás, percebo facilmente que toda a minha vida (à excepção do momento em que vim para Londres e me atirei de cabeça, o que me está, aos poucos, a levar a direccionar a minha carreira para outras direcções) foi previsível. Fui uma aluna de 5 no Básico, e no Secundário de 18. Sempre senti que tinha facilidade para Línguas e jeito particular para História e tudo o que fosse artístico e envolvesse imaginar, usar a criatividade livremente. Também era muito boa a Matemática, mas no Secundário tive de optar e não podia seguir 3 áreas ao mesmo tempo (escolheria Economia, Humanidades e Artes). Optei por Humanidades, porque sentia que me corria nas veias a paixão pela escrita, e como essa era aquela coisa de que não saberia abdicar, achei que Humanidades me levaria a desenvolver essa aptidão de forma mais profunda.

Não me arrependo dessa opção. Trouxe-me ferramentas que hoje em dia me são muito úteis e me permitem fazer o meu trabalho no jornal. Ajudou-me também a comprovar que escrever é algo tão importante para mim como respirar ou comer. Faz parte de mim.

Na hora de escolher o curso, optei por Línguas e Literaturas e queria ter optado por três línguas, mas acabei por ter de abdicar do Alemão, pois nenhum curso, em nenhuma faculdade, oferecia a opção de "Estudos Portugueses, Ingleses e Alemães". Não me arrependo também dessa escolha, mas quando analiso o meu passado académico e as minhas escolhas, apercebo-me que tive de abdicar no meu percurso de tanto do que gostava. Fui escolhendo o caminho mais seguro, aquele que não me permitia falhar (e enfrentar o medo de falhar) e, dessa forma, acabava de certa forma a limitar, sucessivamente,  as rédeas da minha criatividade. No final do curso, optei pelo ensino, o caminho mais natural, e que sempre me ofereceu oportunidades de trabalho bem remunerado - posso dizer que fui uma privilegiada; trabalhava muito, mas não tinha razão de queixa).

Londres mudou tudo. Londres está a mudar tudo na minha vida. E agora, agradeço a Londres a clarividência que me trouxe. Londres obrigou-me a repensar a minha vida de outra forma, obrigou-me a explorar outros talentos. Obrigou-me a enfrentar uma crise pessoal na minha vida profissional e a imbuir-me da força para superá-la. Obrigou-me a enfrentar o meu medo de falhar, a reflectir sobre isto tudo e a aperceber-me que a minha carreira não tem de terminar na sala de aulas, se já não é isso que me faz feliz (pelo menos não aqui em Londres). Londres obriga-me a ter força todos os dias, a enfrentar o meu medo de falhar (e ele é grande e está sempre presente, mas cada vez com menos força), o medo que eu não tinha quando estava na minha safe zone em Portugal, a sala de aulas. Londres obriga-me a apostar nos meus projectos, naqueles que tinha medo de dizer em voz alta, porque parecia sonhar alto demais. E no meio disto tudo, o medo de falhar parece agora tão pequeno, porque a força de vontade supera tudo. No final, sei que quero dizer que tentei com todas as minhas forças e que superei o meu medo.

Continuem a seguir The Bubbly Girl in Glasses,

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Beijinhos,

A Menina dos Óculos




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