Thursday 11 March 2010

turns out, i'm a vip... (part 2)

No seguimento da parte 1, deixo-vos a parte dois da crónica que identifica e esmiuça os "Grupos-De-Espécimes-Que-Não-Vão-Às-Compras-Com-A-Menina-Dos-Óculos".

Grupo Número 2: "Grupo-De-Pessoas-Que-Se-Acham-Intelectualmente-Superiores-A-Todos-Os-Seres-À-Face-Da-Terra"

Ai este grupinho é tão especial, o que eu (e tantos de nós) me rio à conta dele! Geralmente, é constituído essencialmente por elementos do sexo masculino, por isso irei debruçar-me mais nas características específicas dos membros machos do grupo.

Basicamente, este grupo é um aglomerado de totós, que acha que por usar uniforme constantemente todos os dias sem excepção - e por uniforme entenda-se: camisa com dobras na manga da Tommy, calça da Dockers, e sapatinho de vela castanho da Rockfort - se veste melhor que os restantes 90% de homens existentes no Universo. Em relação a isso, tenho a dar-lhes uma triste e decepcionante notícia: "Queridos, 90% dos betos também se veste assim", ou seja, isso é do mais comunzinho que se vê por aí (se atendermos às estatísticas - as que eu realizei, sem qualquer fundamentação científica - 35% dos homens são betos, isto se não contarmos com os adolescentes betos, porque aí o número aumenta miraculosamente). Pessoalmente, não tenho nada contra este estilo, até gosto, quando não cai no absurdo ou no exagero e a pessoa deixa de conseguir calçar umas sapatilhas, e vestir algo mais casual, sem se sentir como um peixe fora de água.

Uma das características mais patéticas neste grupinho, é que revela a tendência irreversível de olhar para todos os que OUSAM não vestir uniforme diarimente, com olhos de: "Ai meu Deus! Coitadinho! Não tinha o que vestir no armário, só pode ser isso! T-shirt?! Então o desgraçado não sabe que só se deve usar pólo e, de preferência, da Ralph Lauren?!" - Não me interpretem mal, eu gosto bastante da Ralph Lauren e adoro ver homens vestidos com pólos de várias cores, mas o que me enerva nestes tontinhos é mesmo a intolerância em relação aos outros e às suas diferenças. São tão limitadinhos das ideias, que não percebem que o X ou o Y podem, simplesmente, não querer usar pólo todos os dias, o que não implica que tenham problemas de dinheiro ou que sejam uns ignorantezinhos. Para vocês, fica a explicação, que até é bem simples: há pessoas que são versáteis (como eu, dentro dos estilos adaptados às mulheres)!! 

Todavia, se achavam que isto era mau, nãaaaooo! O pior ainda está por vir. Os membros deste grupinho tão fofo acham que fazem parte de uma elite intelectual que percebe imenso domina tudo quanto é assunto de política, economia e ciência. Auto-denominam-se homens racionais e objectivos e olham de cima para quem acha que o que dizem tem tanta relevância para a economia mundial como o facto da Ruth Marlene se ter despido para a Playboy. Para ser curta e grossa, quando os oiço falar, não aprendo nada de novo. Remeto-me ao silêncio (que no caso deles, seria priceless), enquanto os oiço tagarelar com seriedade, ar de extrema gravidade e pose snob acerca de assuntos que exibem contornos de "copy-paste de posts de fóruns diversos". Não admira, portanto, que se tornem aborrecidos e monótonos como companhia. Entretanto, se alguém na mesa se atrever a tentar iniciar (já a medo, com as gotas de suor a escorrer pela testa, tal é o receio da reacção dos pseudo-intelectuais) uma conversa de café, tipicamente mais descontraída, parece que o mundo vai desabar, porque o que importa são as "cotações da bolsa" ou o "preço do petróleo" e a pessoa (constate-se, a única normal, no meio de tanta alarvidade-com-pernas) passa a ostentar os títulos de "burra" e "limitadinha". Haja paciência para isto!

Eu não tenho! E eles não têm paciência para mim, pelos vistos! É provável que a minha espontaneidade e bubbliness "faça uma espécie de comichão" a este grupinho, mas como já disse antes, uma das variáveis que determina o nível de importância e de valor que me é atribuído é, precisamente, a percentagem de pessoas que não me grama nem um bocadinho. Quando juntamos a essa variável, a minha atitude confiante, de convicção nos princípios que defendo e que me permite aceitar e expressar todos os aspectos da minha personalidade, sem temer a não aceitação por parte dos outros, aí sim, encontro ainda mais motivos para eles não gostarem de mim! E falando directamente para pessoas às quais possa, eventualmente, servir a carapuça: "Deixem lá, eu até vos tolero, apesar da vossa mesquinhice e mania da superioridade. Chama-se a isso: tolerância - confirmem, por favor, o significado no dicionário".

E para mim, o facto de certas pessoas não me gramarem deixa-me tão constrangida e espicaçada, que até vou dançar ao som de Dance, JKay.


...TO BE CONTINUED...

Beijinhos,

A Menina dos Óculos

4 comments:

  1. Acho imensa piada aos grupos que inventas :P

    ReplyDelete
  2. :P Olá Cate! Obrigada! Eu limito-me a inventar os nomes para os grupos, mas os grupos existem mesmo!:P:P

    Beijiiiinhos grandes,

    A Menina dos óculos

    ReplyDelete
  3. Este grupo que nunca tinha identificado assim a olho nú, mas acho que já namorei um espécime desses, ser iluminado e superior, beto da cabeça aos pés. Por acaso gosto de Betos arranjadinhos com a mania que sabem tudo. Mas gosto ainda mais de arranjadinhos em geral com convicções próprias e não arrancadas aos editoriais dos jornais. Tem paciência caríssima, eles não sabem o que dizem... :)

    ReplyDelete
  4. Olá Cat!

    Lol! Isso dos betos, posso dizer que depende do tipo de beto! Há betos e betos!:P A parte que dizes e que é essencial recordar é mesmo que o mais importante é terem as suas convicções, sem terem de fazer copy paste da opinião de outros, tornando-as suas, por ser mais fácil fazer isso, do que usar o cérebro, de facto.

    Beijinhos,

    A Menina dos Óculos

    ReplyDelete

Leave a bubbly comment!