Tuesday 30 August 2011

Livros de auto-ajuda...

Eu própria num momento de maior angústia, há uns aninhos, já me vi na Bertrand, discretinha, sem querer dar muito nas vistas, à procura de um livro de auto-ajuda. Chamava-se então: Pequenos passos para mudar a sua vida, de Bill O'Hanlon. Não me envergonho agora de o admitir, até porque nem tudo é um mar de rosas e todos temos de tentar ultrapassar os momentos mais amargos que surgem nas nossas vidas, de uma forma ou de outra. E, claro, se um livro de auto-ajuda ajudar de facto, toca a ler um ou mais... A mim, ajudou-me, embora não tenha sido uma solução instantânea. Simplesmente, obrigou-me a reflectir sobre aspectos da minha vida e, com isso, a fazer pequenas alterações na minha maneira de entender a vida e as relações. 

Isto tudo para dizer: "Ler livros de auto-ajuda não é algo de que nos devemos envergonhar" e, sim, até pode ajudar... No entanto, é de evitar colar no mural do Facebook citações diárias retiradas de forma evidente destes livros. É que, não tarda, há pessoas deprimidas com livros inteiros postados nos seus murais de FB... Uma coisa é colocar uma frase catita e encorajadora de vez em quando, outra completamente diferente é fazer da coisa uma rotina. Quem quiser ler livros de auto-ajuda, que vá requisitar livros à biblioteca, que peça emprestados, ou que compre, digo eu... E, se a ideia é dar a entender que "até estamos a ultrapassar a nossa situação de crise" com frases motivadoras do tipo: "Vale a pena viver!", "Estou a recuperar!", "Já vejo a vida com outros olhos!" a mim, isso mostra-me mais que a pessoa está a gritar por ajuda, ou seja, não funciona para convencer ninguém de que estamos bem, revelando simplesmente aos outros (os que são minimamente inteligentes) que estamos num buraco mais fundo do que o que poderiam imaginar.

Não há problema nenhum em passar por uma depressão, em ler livros de auto-ajuda, em pedir ajuda, mas há momentos em que me questiono: "Qual o sentido de tentar mostrar que estamos bem, tentar dar lições de moral aos outros, quando isso não passa de poeira para os nossos olhos?!" A verdade é que tretas, ilusões, palavras pacificadoras brilhantemente combinadas servem apenas para convencer os outros. E nós, quando nos prestamos ao papel de convencer os outros, estamos também a tentar convencer-nos que está tudo bem, quando na realidade, não está... Fugir aos problemas, convencermo-nos ou aos outros de que está tudo "supimpa" não é solução. Há que resolver as coisas dentro de nós.

Voilà, hoje dei numa de psicóloga. Apeteceu-me, vá! Acho que tinha jeito para a coisa...;)

Qual a vossa opinião acerca deste assunto?!

Beijinhos BB,

A Menina dos Óculos

2 comments:

  1. Não tenho citaçoes ou talvez tenha . Em todos os dias a uma citaçao ou varias citaçoes .A citaçao não passa de uma frase escrita de um pensamento ou uma vontade humana e os humanos são a realidade das citaçoes.. Com Poetas, escritores e pessoas anónimas que me inspiram revejo o retrato em dias de alegria ou momentos de tristeza . Quem já nao foi atraz de uma citaçao ,para defenir um pensamento ?Eu já. Mas sinceramente teria que mudar todos os dias porque todos os dias ,existe para mim uma "citaçao" sustentado por um racicicinio ou uma ideia com uma citaçao.Mas existe uma citaçao ou uma frase como queiram que fazem parte das minhas citaçoes .

    "So o amor podera salvar este mundo" ouvi isto de alguém ! Mari

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  2. Oi Mari!

    Obrigada pela tua contribuição.:) Eu concordo que as pessoas tenham motes de vida, eu também os tenho. Há citações que nos fazem reflectir sobre a nossa vida. Neste texto, aquilo que julgo prejudicial é as pessoas utilizarem citações dos livros de auto-ajuda para tentar provar ao mundo exterior que tudo está bem, quando realmente, e bem no fundo, sabem que não está. É no sentido de tentarmos ser honestos connosco próprios, antes de tentar convencer quem quer que seja do que for.:)

    beijinhos grandes, baby,

    A Menina dos Óculos

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