Friday 25 March 2011

overdoses de frustração: será esta a nova peste do século XXI?!

Todos temos grupos de amigos! Uns grupos são maiores, outros menores. A questão é: "Serão os nossos amigos, de facto, amigos?!" Até que ponto podemos confiar nas pessoas que auto-denominamos de "amigos"?! Será a sociedade em geral, e o nosso grupo de amigos, em específico, um ninho de hipocrisias, falatório e "diz-que-disse pelas costas"?! 

Tenho dedicado algum tempo à reflexão acerca deste tema, e posso dizer, com orgulho e convicção, que não tenho muitos amigos, mas que ponho a minha mão no fogo pelos que tenho. Se há coisa que abomino é precisamente a hipocrisia, o "'Tás tão linda, querida!" pela frente e o "Já viste que pirosa que ela estava?!" pelas costas. Nunca fui muito de grupos enormes e de confiar verdadeiramente em qualquer um dentro desses grupos. Não que não me integrasse, mas simplesmente sempre gostei mais de pessoas específicas, do que de "grupos". Talvez tenha sido esse o segredo para não sair desiludida das minhas relações com as pessoas em que realmente confiei/confio. Quem não considero amigo, bem pode cortar em mim, com tesouras e com faca afiada, que não me afecta. Afectar-me-ia, sim, se fossem essas as pessoas da minha vida, aquelas em quem depositei sempre confiança, as que me apoiam e apoiaram sempre e as que sempre puderam contar comigo, às 2 da tarde ou às 5 da manhã, para um telefonema na pausa do trabalho ou a meio da noite, com direito a soluços e lágrimas pela meio...

Porém, observando o que se passa à minha volta, e em longas conversas com amigos, o facto que é inegável é que, quase sempre, na maior parte dos grupos de "amigos" (principalmente nos maiores, embora nos mais pequeninos também o haja, muitas vezes), há alguém que não sossega enquanto não "corta" em tudo o que mexe. Provavelmente, são sinais da crise. Porquê?!

Simples, baseando-me numa pessoa com a qual não convivo particularmente (Thank God!), mas com a qual os meus amigos convivem (provavelmente, em demasia...) desenvolvi toda uma teoria acerca do assunto. Tomei a liberdade de a usar - chamemos-lhe Sónia - como cobaia nas minhas reflexões e de a tomar como um protótipo daquele tipo de pessoas a que chamo: "Pessoas-Que-Falam-Mal-De-Tudo-E-De-Todos-Porque-São-Frustradas-E-Invejosas-E-Não-Têm-Mais-Que-Fazer-Para-Ocupar-O-Tempo". 

Estas pessoas são fáceis de identificar. Têm cara de poucos amigos, parece que toda a gente lhes deve, ninguém lhes paga, e quando parecem muito fofinhas estão a dizer mal de nós mentalmente com todas as forças que têm. Além disso, podemos constatar imediatamente que este tipo de pessoa é fraco e inseguro. Que outro motivo explicaria o facto de apenas se sentirem bem quando tentam (infrutiferamente, na generalidade) deitar os outros abaixo (pelas costas, 90% das vezes), caluniando, tirando conclusões precipitadas e sem fundamento, fazendo uso de uma crítica destrutiva, inútil e sem sentido?!

A Sónia, por exemplo, não corta apenas em quem conhece bem. Nãaaao, desata, sem mais nem menos, a falar mal de quem conhece e de quem não conhece. Nada de fazer distinções! Fala mal dos amigos e das amigas (não faz distinção de sexo) e dos amigos que são como irmãos de coração (próximo de nós ou não, qualquer um serve para falar mal) - ao menos isso, haja igualdade neste país! E, se, realmente, todas acabamos por criticar esta coisinha ou a outra naquela X pessoa, a Sónia não se fica por aí, pois critica a Joana, porque ganha dinheiro e o gasta, critica a Maria, porque não estuda e não trabalha, critica o Jorge porque tem uma vida promíscua, critica o Manel, porque tem uma relação apaixonada demais, critica a Patrícia, porque se veste de forma diferente e "acha que percebe de moda", critica a Lúcia, porque anda sempre triste, critica a Rosa, porque se ri demais, critica o José, porque "se acha bom". O melhor de tudo é que comparando com os outros, que são mais jovens, mais bonitos, mais generosos, bem-humorados, mais felizes e com uma vida bem mais satisfatória que a sua, a vida da Sónia é um NADA, sem nada de interessante, sem nada de bom, sem nada que se inveje! E é isto que explica o porquê de haver pessoas assim: inveja de quem trabalha, vive bem, sabe vestir-se e tem uma vida activa, apaixonada e dinâmica... Por outro lado, Hmmmmm! Ah, já sei, este comportamento também pode ser provocado por uma overdose de frustação! Será?!

Porém, isto não é tudo, algumas destas pessoas, tal como a Sónia, quando confrontadas directamente em relação a algo com que não concordam, ou quando alguém lhes toca no dói-dói, respondem de forma agressiva, pois elas próprias não sabem lidar com os seus problemas e, visto que são fracas, não sabem reagir quando se lhes toca na ferida. Qual a melhor solução que encontram?! "Toca a falar mal desta, que audácia, resolveu enfrentar-me!" E enfim, já não há quem ature a Sónia, que fala mal de toda a gente e toda a gente sabe disso, por isso toda a gente fala mal da Sónia! Já viram bem este ciclo vicioso?! É FAN-TÁSTICO!

A conclusão imediata que se pode tirar é que as "Pessoas-Que-Falam-Mal-De-Tudo-E-De-Todos-Porque-São-Frustradas-E-Invejosas-E-Não-Têm-Mais-Que-Fazer-Para-Ocupar-O-Tempo" se preocupam em demasia com o que as vidas dos outros têm de bom ou excelente, porque as suas próprias vidas têm uma falha gigantesca de realização pessoal e amorosa, de felicidade, de gargalhadas. Assim sendo, digo eu, deveriam investir mais nas suas próprias vidinhas, corrigir o que está menos bem nas suas relações (de amizade e amorosas), se as houver, comprar uma Vogue now and then, comer um balde de Häagen Dazs para amaciar o azedume, aprender a rir - sem que isso implique falar mal dos amigos-, deitar ao lixo "a cara de poucos amigos", parar de ser desagradável e deixar de responder com agressividade ao confronto directo e a opiniões divergentes. É que, sendo honesta, a minha paciência para este tipo de pessoas está em vias de se esgotar e, pelos vistos, isto é um mal que se está a espalhar! Já não há paciência! Toca a crescer, minha gente!:)

Para vocês BB, tenham um óptimo fim-de-semana! Lamento não ter feito updates das comprinhas nos últimos tempos, mas como sabem, o tempo é escasso. Ah, quanto à peça de teatro, aconselho, foi divertida, animada e para quem conhece a obra de Almeida Garrett é ainda mais interessante. Quem não conhece, não perde nada em ir ao teatro e ficar a conhecer!:)

Beijinhos enormes e até amanhã!

A Menina dos Óculos

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